sábado, 9 de setembro de 2017

5.ª jornada: Feirense - Sporting (2-3)

(fotografia Lusa / José Coelho)

Pela segunda vez consecutiva, o Sporting construiu uma vantagem de dois golos, contra o adversário, e quase deixou fugir a vitória nos últimos minutos. Desta vez, valeu um precioso penálti de Bas Dost no último minuto, depois de uma falta (algo desnecessária) do defesa do Feirense sobre Coates, para terminar com o sofrimento dos sportinguistas. Um filme muitas vezes visto, nos últimos tempos, e que será, neste momento, algo a rever pela equipa técnica.

Acrescente-se que a oscilação no resultado é consequência, também, de um facto determinante no jogo: a lesão de Piccini obrigou o "tampão" Battaglia, presença que se tem revelado crucial nas tarefas defensivas do Sporting, a desviar-se para a faixa direita, onde cumpriu a função com esforço e sacrifício (mais uma boa exibição). Do outro lado, Jonathan Silva revelou a agressividade habitual (algo que tem faltado, em boa verdade, ao plantel do Sporting), subindo e colaborando nas tarefas ofensivas, mas mostrando, também, a habitual ineficiência na hora de defender. A saída de Piccini fez com que Alan Ruiz entrasse no jogo para a posição de segundo avançado, mostrando momentos de ruptura (a nível de passe e de linhas), mas várias perdas de bola e lentidão na decisão (sobretudo a nível de remate), que, mais uma vez, mostram-se frustrantes para o jogo da equipa. Bruno Fernandes, a última peça a mover-se com a saída de Piccini, "descendo" de segundo avançado para o centro do terreno, ajudou a trazer de volta o jogo interior da equipa e marcou, mais uma vez, um golo de enorme classe, embora tenha tido menos acutilância na construção do que em jogos anteriores.

Ao contrário de outras épocas (e daquilo que nós próprios esperávamos), Jesus não poupou jogadores e fez alinhar tanto Coates como Acuña no jogo, peças basilares da equipa. Coates e Mathieu (apesar de uma perda de bola que, por pouco, não comprometeu a equipa) fizeram um bom jogo no que toca o envolvimento atacante (o primeiro com um golo, o segundo, mais uma vez, com muita qualidade no passe), mas com menos concentração e rapidez a defender (fruto do desgaste e das condições físicas, segundo explicou Jesus). Globalmente, podemos ficar mais descansados com aquilo que a equipa mostrou, a nível de compromisso e de construção, na segunda parte, sabendo que o Feirense, neste campeonato, é das equipas "pequenas" que maior inteligência e perigo mostra a jogar à bola. O Sporting tem mostrado, em relação ao ano passado, maior qualidade individual e mais soluções, a partir do banco, para adiantar-se em relação ao adversário e fazer um jogo mais perigoso. Se mostrar maior consistência a defender aquilo que é seu -- a vitória -- terá a força que se conhece de uma equipa campeã (embora já saibamos que a glória nunca virá sem sofrimento). Destaque ainda para o compromisso e a qualidade sempre presente de William Carvalho, apesar das novelas reais e inventadas que vieram com o mercado, e Bas Dost menos isolado nas tarefas da equipa. Mereceu marcar o golo da vitória, e mereceu este grupo, pelo seu trabalho, celebrar a quinta vitória consecutiva no campeonato. Até à oitava jornada, um jogo em casa com o Porto, o Sporting defronta o Tondela (casa) e o Moreirense (fora). Passo a passo, o caminho pode tornar-se numa pequena fortaleza. Assim o desejamos!

Notas: Rui Patrício (7), Piccini (6), Coates (7), Mathieu (6), Jonathan Silva (5), William (7), Battaglia (7), Bruno Fernandes (6), Gelson (6), Acuña (6), Bas Dost (7), Alain Ruiz (5), Iuri Medeiros (6), Doumbia (-).