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domingo, 24 de setembro de 2017

7.ª jornada: Moreirense - Sporting (1-1)

A boa notícia que se retira deste empate é que os primeiros pontos perdidos, neste campeonato, foram apenas à sétima jornada (e num jogo fora), o que não deixa de ser um bom arranque. A má notícia é que ficam expostas algumas deficiências no plantel e, é preciso dizer, alguma má leitura na abordagem a este jogo. É preciso dizê-lo: os jogadores não são máquinas e, depois de um arranque de época intenso (bem mais do que os nossos rivais), Jorge Jesus tem de rodar a equipa para conseguir gerir a disponibilidade física dos seus jogadores, e antes de uma dupla jornada com Barcelona e Porto, o jogo fora com o Moreirense não podia apresentar o mesmo onze inicial que muitos dos jogos anteriores. No entanto, espera-se, também, que o treinador saiba tirar as devidas leituras deste jogo para o futuro.

Hoje percebe-se que o onze mais forte, do Sporting, é com William Carvalho e Battaglia nas zonas centrais do terreno e Bruno Fernandes mais próximo do ponta de lança. Quando o jogador argentino entrou em campo, o Sporting tornou-se uma equipa mais equilibrada e, também, mais perigosa. No entanto, a ausência de Fernandes (a exibição mais discreta da época), devido a substituição, fez com que o jogo se tornasse mais directo e menos esclarecido na recta final, não conseguindo o Sporting ganhar, também, por ter faltado a sorte que existiu nas últimas vitórias sofridas (e algumas arrancadas nos últimos momentos do jogo). Alan Ruiz continua a ser uma peça a menos na equipa, apesar da sua técnica, e Bruno César, na ala esquerda, traz um jogo mais previsível e menos criativo. Iuri Medeiros teve, infelizmente, uma exibição lamentável, daquelas em que os adeptos se perguntam onde é que anda a cabeça do jovem jogador. O jovem português tem um talento inegável com a bola nos pés, mas as suas primeiras exibições com a camisola do Sporting, e num contexto obrigatoriamente mais difícil do que nas equipas para onde foi emprestado, parecem mostrar que não se encontra ainda mentalmente focado. As suas perdas de bola nos últimos minutos do jogo, com tempo e espaço para assistir a equipa para um golo urgente, são difíceis de explicar para um jogador deste nível.

Esta é a primeira de duas peças que o Sporting precisa de encontrar no mercado de inverno: um extremo-esquerdo para lutar pelo lugar com Acuña. Mas já existe um jogador, no plantel, que traz o rasgo que a equipa necessita: Daniel Podence. O jovem português seria muito importante para tirar Alan Ruiz do onze titular, mas já o vimos jogar nas alas com perigo. Espera-se que Jesus voltar a apostar nele depois de ter recuperado da sua lesão: a equipa é mais perigosa com ele. Continuamos a depender de nós para cumprir os nossos objectivos, e é já na próxima jornada que poderemos ultrapassar o novo líder do campeonato.

Notas: Rui Patrício (7), Piccini (6), Coates (6), Mathieu (6), Coentrão (6), William (7), Bruno Fernandes (6), Bruno César (5), Gelson (6), Alan Ruiz (5), Bas Dost (5), Battaglia (6), Doumbia (5), Iuri Medeiros (4).

domingo, 23 de julho de 2017

New kids on the block


1. Muito do jogo do Sporting, na nova época, vai passar por este trio: a direcção, classe e presença de Bruno Fernandes, a velocidade e brilhantismo de Gelson Martins, na ala direita, e Daniel Podence no jogo interior. Fernandes não tem a (extraordinária) disponibilidade física de Adrien, e talvez se sinta mais protegido com alguém como Battaglia do que William ao seu lado (algo que Jesus terá de trabalhar), mas supera o (ainda) capitão do Sporting em clarividência e técnica. Ao mesmo tempo, o Sporting torna-se muito mais perigoso com a velocidade, irreverência e criatividade de Gelson e Podence, apesar da técnica e visão de Alan Ruiz (que torna o jogo do Sporting mais lento na sua execução) ou a segurança de Bruno César.

2. "Cruzamento de Acuña, golo de Bas Dost", palavras que iremos ouvir mais vezes durante o campeonato. O extremo argentino, muito dado ao jogo colectivo e interior da equipa, vem preencher uma lacuna dramática no onze inicial: alguém que cruze a bola directamente para a cabeça do ponta-de-lança. Não é tão bonito como trocar a bola dezenas de vezes antes de metê-la na baliza, mas é uma eficiência que muito iremos agradecer nos jogos mais complicados ou contra equipas enfiadas dentro da grande área.

3. O Sporting apresenta uma equipa preparada para o início da época e com soluções para várias posições. Falta ainda um segundo lateral-direito que lute, com Piccini, pela titularidade na posição (o italiano parece um jogador competente, mas é também o elo mais fraco dos onze titulares, não se envolvendo tanto na construção como Fábio Coentrão, que se encontra a outro nível), assim como um defesa-central que seja, no mínimo, uma opção de recurso que dê segurança e estabilidade ao sector. Mathieu esteve melhor do que na Suíça, e só esperemos que ganhe mais concentração e confiança depois de mais algum treino (e lembrar-se de que Rui Patrício é canhoto). 

4. Falta Jesus decidir as últimas dispensas no plantel. Gauld, Francisco Geraldes, Matheus Pereira e Tobias Figueiredo deverão rodar noutros clubes (esperando-se que Matheus, pelo menos, jogue num clube com ambições maiores do que a manutenção), ficando a incógnita se o treinador prefere Petrovic ou Palhinha para a posição 6. Neste último ponto, espera-se também a permanência de William, algo que poderá ser determinante para manter um onze de grande qualidade e conseguir o título em Maio. André Geraldes, Schelotto, Marvin, Douglas e Castaignos não têm lugar na equipa.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

As três primeiras contratações para 2017/18

O Sporting já apresentou três jogadores para a próxima temporada, um sinal de que a época já começou a ser planeada há muito (surpreendente seria se não o fosse) e de que o clube não deseja passar mais uma pré-época com um lote reduzido de jogadores (e surpreendente seria, atendendo aos hábitos de presidente e treinador, se não viessem vários outros até ao final do mês de Agosto).

André Pinto, a primeira contratação a ser anunciada, é um bom central da Primeira Liga e um jogador que deverá lutar pela titularidade. Apesar de outras lacunas gritantes no onze inicial, a irregularidade e inexperiência de Rúben Semedo regressaram em força este ano, o que, apesar de outras características que fizeram dele um dos centrais mais interessantes do ano transacto (velocidade, poder físico e saída de bola), e graças às quais muitos reclamaram uma primeira convocatória para a Selecção Nacional (e bem precisa, a Selecção, de uma nova geração de centrais), vieram a criar novos problemas na defesa do Sporting. Aqui, usamos o mesmo argumento da formação: um jogador com talento só evolui se jogar. No entanto, a posição de defesa-central é das mais críticas no que toca a experiência e o rigor táctico, percebendo-se que o clube queira reforçar as suas opções nessa zona do campo. O que desejamos é que Rúben Semedo aumente os índices de competitividade e a sua luta pela titularidade venha a ajudar não só o clube como o próprio jogador. André Pinto é bem-vindo a essa luta.

Ainda na defesa, Cristiano Piccini vem fazer concorrência a Schelotto no lugar de lateral-direito. Esta será, provavelmente, a contratação que levanta mais cautelas. Ao contrário do que a maior parte dos críticos indica - e perguntamo-nos até que ponto será válido fazer uma crítica a um jogador que nunca vimos jogar -, não nos insurgimos contra um valor como este (3 milhões de euros) por um lateral, uma posição que, hoje em dia, tem uma importância tão decisiva, dentro do jogo, como qualquer outra que exija condução, técnica ou organização (e um bom lateral, no mercado internacional, pode custar pelo menos o dobro). Piccini aparenta ter características semelhantes às que foram associadas a Schelotto no momento da sua chegada. Resta saber se tem capacidades técnicas superiores às do seu compatriota e se irá oferecer um maior envolvimento nas manobras colectivas ofensivas, lacunas gritantes que fazem para já, de Schelotto, uma opção de recurso para a exigência competitiva do Sporting.

Resta-nos aquela que será a contratação mais interessante, não só pelas exibições apresentadas na Primeira Liga como, também, pela jovem idade e potencial que apresenta em termos desportivos (o que também significa, hoje em dia, um potencial financeiro). Mattheus destacou-se no Estoril como um dos seus jogadores de maior capacidade técnica e poder de remate (e marca bem livres, uma das lacunas principais do plantel do Sporting - o jogador com maior talento no campeonato para fazê-lo esteve emprestado ao Boavista: Iuri Medeiros...). À partida, irá concorrer para o lugar de segundo avançado (logo, com Alan Ruiz e Daniel Podence), de extremo (Bruno César ou Bryan Ruiz), ou, arriscamos nós (e conhecendo as experiências de Jesus), para a posição 8, embora tenhamos dúvidas sobre as actuais capacidades físicas e de intensidade de jogo para fazê-lo no imediato. A contratação de Mattheus poderá também indicar a saída de algum jogador do plantel, e não nos espantaria se isso acontecesse no lado esquerdo do ataque ou mesmo no meio-campo.

Por fim, e em comum a estas três contratações, nenhuma delas parece representar uma entrada óbvia no onze inicial (sendo a posição de lateral direito a mais urgente - e aguardamos ainda uma solução para o outro flanco). Tal como já escrevemos, acreditamos que o clube tem soluções, dentro de casa, para lugares no ataque e no meio-campo (faltando, a nosso ver, um outro avançado que acompanhe Bas Dost e que permita, a Gelson Dala, uma primeira época a titular na Primeira Liga). Mas com os números desastrosos da defesa nesta época, urge encontrar soluções de qualidade técnica para entender os processos exigentes do treinador e participar no jogo colectivo da equipa. Fica a dúvida se o clube fará as contratações cirúrgicas para tal, de forma a enquadrar os jogadores da formação, ou se irá optar pela mesma atitude do ano passado, no mercado, que implicará um muito maior atraso no reforço das rotinas de jogo (e que muito ajudou à queda da equipa).