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quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Liga dos Campeões: Olympiakos - Sporting (2-3)

O Sporting fez aquilo que nenhuma equipa portuguesa fazia há mais de quarenta anos - vencer em casa do Olympiakos, um terreno tradicionalmente difícil -, sem fugir, contudo, à sua tradição sofredora (e quase deixando fugir uma vitória nos últimos momentos da partida, uma repetição daquilo que têm sido os últimos jogos). Jorge Jesus leu bem as deficiências defensivas do Olympiakos (enormes espaços vazios, no meio-campo defensivo, para poder explorar em contra-ataque) e lançou Doumbia (um golo e uma assistência) e Gelson (um golo), jogadores velozes e perigosos, como as principais referências da equipa. Bruno Fernandes, mais uma vez como elo criativo do meio-campo, deu muito a jogar à equipa, nas costas desses jogadores, e marcou pela quinta vez consecutiva (jogadores destes dão campeonatos), com William Carvalho a controlar e lançar operações com enorme autoridade e Battaglia, mais uma vez, a fazer uma pressão importante sobre o ataque adversário. 

Contra aquela que será uma das versões mais fracas da equipa grega nos últimos anos (o Feirense mostrou-se tacticamente mais culto e organizado do que a equipa grega, apesar de lhe ser inferior em qualidade individual), o Sporting só perdeu o controlo das operações à entrada dos descontos com dois golos do ex-bracarense Prado, muito por culpa (positiva) de Coates, que evitou males maiores em duas ocasiões anteriores na segunda parte (mais uma grande exibição e, desta vez, uma assistência, e que diferença faz, ao ataque da equipa, ter dois centrais que conseguem ser a primeira fase de construção), e, por razões opostas, de Jonathan Silva, que fez figura de fantasma perante o extremo da equipa grega (incompreensível a sua fraquíssima marcação, especialmente no último golo, onde recebeu valentes berros de Mathieu), e por uma das actuações mais fracas de Rui Patrício com a camisola do Sporting, mostrando uma insegurança (com bolas nos pés e entre postes) que já não lhe era conhecida. Críticas à parte, o Sporting fez uma exibição colectiva muito boa que lhe poderia ter dado, com um pouco mais de sorte, cerca de cinco ou seis golos de vantagem aos 90 minutos, o que demonstra a qualidade do seu jogo. Saímos da Grécia com uma demonstração clara de superioridade e de qualidade individual e com uma vitória que, em termos físicos, esperava-se bem mais desgastante. Mérito dos nossos jogadores e da estratégia montada pela equipa técnica.

Notas: Rui Patrício (5), Piccini (7), Coates (8), Mathieu (7), Jonathan Silva (4), William (8), Battaglia (7), Bruno Fernandes (8), Gelson (8), Acuña (7), Doumbia (7), Bas Dost (6), Bruno César (6), Ristovski (-).

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Liga dos Campeões (1.ª mão da eliminatória): Sporting - FCSB (0-0)

"Jogámos contra uma equipa ao nosso nível." (Jorge Jesus)

Confrangedora a qualidade do futebol do Sporting no terceiro ano de Jorge Jesus. Com um plantel suficiente para jogar um futebol eficaz e interessante, e com a obrigação de se impor a uma equipa nitidamente inferior neste acesso privilegiado à Liga dos Campeões (há equipas, neste momento, que não passam do meio da tabela, em Portugal, e que são mais perigosas do que esta equipa romena), o Sporting é incapaz de apresentar jogo interior (não há qualquer ligação, entre sectores, no momento da construção, excepto para atirar bolas para as faixas laterais) e de entregar bolas em condições ao seu ponta-de-lança. No entanto, e relendo as palavras do treinador depois do jogo (será que o presidente concorda?), tudo parece estar bem.

Jesus insistiu na inoperante dupla Battaglia/Adrien, entregando 67 minutos de avanço ao adversário (construção: zero). Com a permanência de Adrien em Alvalade, o Sporting arrisca-se a criar um problema no seu jogo por uma questão de balneário, pois é claro, para todos, que Fernandes é tecnicamente superior ao capitão da equipa. Com um primeiro médio mais fraco, com bola, do que William Carvalho, o Sporting precisa da técnica e criatividade de Fernandes, a segundo médio, como de pão para a boca. Não assumi-lo é o primeiro passo para uma época perdida.

Piccini revelou as suas limitações: uma perda de bola comprometedora (estamos com uma média de uma por jogo) e uma técnica de cruzamento que, com todo o espaço do mundo, consiste em fazer um chapéu para a área. No entanto, é justo dizer que Coentrão fez pior exibição, com momentos de desconcentração e perdas de bola que só se justificam por uma péssima forma física. Vamos ver Jonathan Silva ainda muitas vezes esta época. Mathieu, na defesa, foi o melhor elemento (apesar de uma última perda de bola no fim do jogo), mostrando muita velocidade, muita coesão com bola, e liderança dentro de campo (fazendo uma dupla forte com Coates). A Gelson, não se pode pedir mais (vai carregando a equipa às costas), e Podence, apesar de discreto, ofereceu a melhor oportunidade de jogo a Acuña, que só não concretizou por azar (o remate saiu muito forte e colocado, embatendo no poste antes de sair pela linha). Doumbia pouco trouxe em vez do jovem português: mais presença na área, mas sem definição.

Jesus pede aos seus jogadores para repetirem movimentos e passes vezes sem conta, e sem criatividade (excepto nas alas), sem fazer com que a bola chegue aos momentos de finalização, no centro do campo, em boas condições. É difícil entender como é que um treinador conhecido por essas características de jogo venha a oferecer, pela segunda época consecutiva, um tipo de jogo que em tudo contraria aquilo que o Sporting precisa de criar para concretizar os seus objectivos. A época promete ser longa, e o Sporting prepara-se para defrontar 60 mil adeptos romenos, em Bucareste, que tudo farão para fazer tremer a equipa. Quanto ao seu adversário, não precisa de maior motivação.

Notas: Rui Patrício (8), Piccini (5), Coates (7), Mathieu (7), Coentrão (4), Battaglia (5), Adrien (4), Gelson (6), Acuña (6), Podence (5), Bas Dost (4), Doumbia (4), Bruno Fernandes (6), Iuri Medeiros (5).

sábado, 1 de julho de 2017

Mathieu: o (quarto) central

A vinda de Jérémy Mathieu acabou por se oficializar nos contornos mais estranhos. O central francês ficará "à experiência" durante três semanas no plantel antes de se anunciar oficialmente a sua contratação, uma solução que, aparentemente, permite o jogador treinar com o Sporting enquanto trata da sua desvinculação com o Barcelona. Esta solução pode permitir ao clube verificar o estado físico do jogador e os seus próprios índices de motivação, mas tudo leva a crer que se trata apenas de uma questão burocrática antes do anúncio oficial.

Mathieu poderá ser um elemento valioso na liga portuguesa e um jogador que, ao contrário de Rúben Semedo, acrescenta experiência ao sector mais recuado da equipa. Canhoto, poderá jogar no lado esquerdo da defesa, deixando Coates preocupar-se com a posição onde melhor rende. O defesa tem também capacidade de passe e saída de bola (caso contrário nunca teria jogado no Barcelona), qualidades que pecam em Paulo Oliveira e que provavelmente irão impedi-lo de se tornar num titular indiscutível numa equipa deste nível (apesar de outras valências). No entanto, trata-se de um jogador que já mostrou problemas físicos no passado, que exige um esforço financeiro considerável, e cujo fim da carreira, ao mais alto nível, já se encontra muito perto (cumpre 34 anos em Outubro). É pouco provável que o Sporting venha a ter retorno financeiro com o defesa e terá, idealmente ainda no decorrer desta época, de encontrar um central de qualidade que consiga potenciar no clube. Não somos favoráveis, por princípio, a contratações deste perfil, mas isso não nos impede de desejar duas épocas de bom nível no Sporting e que o clube aproveite a sua experiência para formar outros jovens jogadores.