segunda-feira, 31 de julho de 2017

A questão dos três centrais

Jesus jogou pelo seguro (afinal, os resultados da pré-época também são importantes) e colocou William a jogar a central em vez de Palhinha ou do promissor Demiral (jovem da equipa B). Ao lado de Tobias (muito inseguro, ainda, para ser opção no Sporting), William distribuiu segurança e classe, com e sem bola, na última linha defensiva da equipa, mostrando que é opção mais do que válida para o lugar em caso de lesões ou castigos (o "tampão" Battaglia e a inoperância ofensiva da Fiorentina também ajudou a manter a baliza limpa, o que serve para relembrar o bom trabalho de Paulo Sousa à frente da equipa italiana).

Jesus poderá ter ficado ainda mais tentado em voltar a experimentar o 3-5-2 como sistema táctico (com William a terceiro central). No entanto, e mais do que uma questão táctica, coloca-se aqui uma questão estratégica para o treinador. Depois de dois anos em que apenas venceu uma Supertaça (e de um segundo campeonato desastroso), Jesus deverá também colocar todas as fichas nas rotinas já estabelecidas da equipa desde que assumiu o seu comando. Com um plantel que nos parece superior e mais bem preparado do que na época anterior, a equipa ganha confiança a explorar as rotinas conhecidas por (quase) todos, em dar lugar aos jogadores mais rápidos e criativos na construção e no ataque, e em deixar, pelo menos para já, algumas experiências que precisem de mais tempo e maior adaptação para momentos de maior confiança. O Sporting aposta forte, no mercado, para vencer rapidamente, pelo que o treinador deverá também acompanhar esse raciocínio e explorar as soluções mais eficazes. Nesse ponto, e com excepção de previsíveis adaptações a adversários mais exigentes, acreditamos que Jesus irá obedecer ao mesmo desejo de vencer.